A Subprefeitura do Ipiranga desrespeitou o tombamento do Jardim da Saúde e de forma irregular retirou o gramado e impermeabilizou o solo de nove áreas dos canteiros centrais da Av. Oswaldo Aranha e Rua Antônio Carlos da Fonseca. Isso para colocar aparelhos de ginástica de eficácia discutível, em local inadequado, sem projeto, visando apenas o favorecimento político de um vereador.
No início de setembro, os moradores das ruas citadas foram surpreendidos com a remoção do gramado do canteiro central e avisaram a Associação dos Moradores do Jardim da Saúde (AMJS). Imediatamente a Subprefeitura foi alertada quanto à irregularidade da obra. Apesar de exaustivos telefonemas, além de telegrama, ofício, e-mail, tudo na tentativa de marcar uma reunião, a Subprefeitura simplesmente ignorou.
A pedido de moradores, a AMJS elaborou abaixo-assinado contra a obra com adesão unânime dos consultados.
Após a concretagem das áreas, a revolta dos moradores aumentou e decidiu-se ir à Subprefeitura sem agendar, sendo recebidos por assessores e técnicos que, após autorizações telefônicas do subprefeito e do vereador, prometeram aos moradores presentes a reconstituição do local. Qual o quê! A promessa foi descumprida e a instalação dos equipamentos efetivada.
Parecia impossível, mas a Subprefeitura desonrou o acordo de forma leviana e autoritária. Para quem desrespeita a lei, não deve ser difícil descumprir a palavra. O episódio foi noticiado pela imprensa e a briga continua, pois a AMJS promoveu Açao Civil Pública contra essa ilegalidade.
A Folha de São Paulo, na revista “sãopaulo”, noticiou por duas vezes: na edição de 10/10 e na de 31/10/2010. O jornal Ipiranga News, tratou do assunto por duas vezes: na edição de 4/11 e, de forma tendenciosa, na edição de 18/11/2010, em matéria na página 10. É lamentável que um órgão de imprensa não observe os princípios mais comezinhos da boa imprensa e produza uma reportagem sem nenhum pudor, vejamos:
- A AMJS, parte atuante e interessada, representante dos moradores, autora da ação contra a Subprefeitura, não poderia deixar de ser ouvida. Tal procedimento escancara parcialidade do jornal Ipiranga News;
- Foram entrevistadas apenas pessoas que se declararam favoráveis aos equipamentos, uma vez que a maioria esmagadora dos moradores é contrária;
- O jornal tenta desqualificar o movimento dos moradores contrários à instalação, dizendo que os protestos partiram de moradores ligados à Associação. É óbvio que a AMJS está e sempre estará à frente de toda luta em defesa do bairro, mas a revolta dos moradores foi imensa e espontânea;
- O jornal emite opinião sem base afirmando que o grupo de moradores favoráveis é, aparentemente, bem maior que o dos contrários;
- O jornal afirma que os “integrantes da terceira idade” são os maiores usuários. É muito raro vê-los utilizando os equipamentos, em contra partida, as crianças e os jovens vêm utilizando-os com frequência;
- O jornal comete grave erro ao textualizar que: “aparentemente, não houve dano ao meio ambiente”. O dano é inequívoco e incontestável – a vegetação foi removida e o solo impermeabilizado, além de ter havido desrespeito à resolução de tombamento que, por sua vez, foi ferida justamente no contexto ambiental. É lamentável que um jornal não se informe dos aspectos técnicos envolvidos na matéria;
- O jornal calunia a AMJS e os moradores do Jardim da Saúde ao jogar no ar que a briga é política publicando declaração apócrifa. Um jornal de verdade não calunia com a boca de pessoas ocultas ou inexistentes. Não temos ligação partidária, diferentemente de alguns jornalecos. Apenas defendemos nosso bairro contra os desmandos do poder público, e agora, contra a imprensa marrom.
É óbvio e notório que, instalados os “brinquedos”, algumas pessoas iriam utilizá-los, até por curiosidade. E é muito fácil entrevistar, filmar, fotografar quem esteja utilizando os aparelhos ou colher assinaturas e pedir a opinião de transeuntes. Resta uma pergunta: que valor têm as assinaturas ou opiniões de quem desconhece os reais problemas e sequer sabe que a subprefeitura desrespeitou a lei? Resposta: tem o mesmo valor de uma reportagem tendenciosa, descomprometida com a verdade e sem nenhum respeito ao leitor e ao cidadão.
Leia a matéria publicada pelo Jornal Ipiranga News: Clique aqui!
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