Apesar de admitir que a construção dos hospitais prometidos e dos novos
corredores de ônibus não será concluída até o final do ano, o prefeito
Gilberto Kassab (PSD), que está à frente da administração municipal de
São Paulo desde abril de 2006, fez um balanço de suas realizações
nesta quinta-feira e não teve dúvidas: deu nota 10 para sua gestão.
“Eu sempre digo que é 10”, disse o prefeito, em resposta a um
repórter. “É 10 pela determinação, pela seriedade, pela eficiência”.
Kassab disse mais: “É 10 pela equipe, que tem notável disposição para
responder às demandas da cidade.”
Na entrevista coletiva, concedida na sede da Prefeitura na véspera
do início da campanha eleitoral, Kassab, que emplacou Alexandre
Schneider (PSD) como candidato a vice-prefeito de José Serra (PSDB),
disse obviedades como “deixará de ser feito aquilo que não foi
priorizado”. Reconheceu que só o próximo prefeito terá condições de
pôr em prática um programa de escola integral.
Kassab afirmou ter criado mais de 146 mil vagas em creche. Um vídeo
sobre as realizações de seu governo destacou, entre outras coisas, a
criação de 119 AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), de 172
quilômetros de ciclovia e a distribuição de 600 milhões de
medicamentos e de 655 mil uniformes escolares.
Outro destaque da gestão é a Lei Cidade Limpa, que acabou com a
propaganda nas ruas de São Paulo. No final do evento, Kassab foi
lançado candidato a governador em 2014.
Entidade critica poucos avanços de gestão
O Movimento Defenda São Paulo critica a gestão Kassab. Segundo o
advogado Heitor Tommasini, presidente da entidade, a cidade de São
Paulo não avançou como poderia na área da saúde, na qual a dificuldade
de atendimento é grande, e também no setor de trânsito e transporte,
cujas prioridades foram obras para automóveis.
“Faltam árvores, sobra poluição. Há problemas estruturais, como a
ausência de um programa de drenagem urbana para combater as
enchentes”, diz.
Tommasini, que não é filiado a partido político, critica,
sobretudo, a falta de planejamento urbano e de participação da
sociedade nas decisões do governo municipal. Dá como exemplo a revisão
do Plano Diretor de 2002, que deveria ordenar o desenvolvimento da
cidade, até hoje sem solução. “Agora, Kassab faz uma discussão que é
uma perfumaria, sobre a São Paulo de 2020 a 2040. Faz isso em vez de
preparar o Plano Diretor de 2012, que ficará para o próximo prefeito.”
Para o presidente do Defenda São Paulo, Kassab privilegiou
interesses do mercado e não da cidade. Não resolveu o problema da
corrupção e enfraqueceu as subprefeituras. “Ele pensou no futuro
político dele e não no futuro dos paulistanos.”